quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Muito mais verde, a casa

A lagarta que morava neste casulo virou borboleta, bateu asas e voou. Trocou o quintal cercado de paredes na cidade de São Paulo por terra e muitas árvores no interior do estado.
Sim, esta Verde Casa agora é muito mais verde.
Aguarde. Em breve, mais detalhes. Falta só desfazer as últimas caixas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Embalando com criatividade

Quem disse que embrulho de presente tem sempre que ser feito com papel de presente?
Use a criatividade e reaproveite aquele retalho de tecido guardado há anos, o papel de seda colorido que sobrou de uma embalagem, a caixinha de papel craft bem sacada que veio protegendo a câmera fotográfica...
Hoje, no final da tarde, uma amiga querida vai ganhar o presentinho da foto. Aproveitei um sacão de juta que não me lembro mais o que era, cortei uma tira comprida e simplesmente enrolei o mimo, sem dobras nem durex nas laterais.
Claro que um laço bem feito é fundamental para dar o acabamento e o toque caprichado que toda amiga merece.
E para tornar o pacote ainda mais ambientalmente correto, a juta pode ser picada e jogada no jardim em meio às plantas. Em poucas semanas passará por processo de decomposição e será rapidamente incorporada à terra, servindo como adubo. Suas fibras vão voltar para onde vieram, afinal são retiradas de uma planta chamada Corchorus capsularis, populamente conhecida como.... juta! Assim como o algodão, o tecido leva o mesmo nome da planta.
Então esta é ou não é uma embalagem ecológica?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não gosto que me enrolem!

Mais um caso gritante de embalagem desproporcional ao produto. O tubo de pomada mede 13 x 4 x 2,5 cm e a caixa tem 16 x 6,5 x 5 cm. Cabem 4 tubos dentro da caixa onde vem um só!
Quantas vezes a gente se depara com embalagens assim e não faz nada?
Pois gastei dois minutos da minha tarde e entrei no site do laboratório para reclamar, afinal para que uma caixa desse tamanho?
Vai abaixo o que escrevi. E vou aguardar resposta.

"Gostaria de deixar registrada minha insatisfação em relação à desproporção entre os tamanhos da caixa e do tubo do creme dermatológico X. Em tempos de preocupações ecológicas e ambientais, é um absurdo vender um tubo de 30 gramas dentro de uma caixa onde caberiam pelo menos 4 deles. Além do desperdício de papel para a confecção da embalagem, é importante salientar que ela ocupa espaço desnecessário no veículo de transporte, o que causa desperdício de combustível.
Qual é, realmente, a intenção de uma embalagem 4 vezes maior do que o necessário?
Atenciosamente,
Juliana.

Veja outro caso de embalagem desproporcional aqui.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sementes voadoras

Está rolando aqui um intercâmbio interessante de sementes pelo correio. De Fortaleza chegaram as de um tomate que originalmente veio da Itália, e hoje vai, como retribuição, um pouco da genética do tomatinho de coração.
Quer participar?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Para aperfeiçoar seu dedo verde

Rúcula em vaso

A Escola Municipal de Jardinagem do parque Ibirapuera, em São Paulo, está com uma agenda de oficinas imperdíveis no mês de agosto. São todas de três horas de duração - algumas durante a manhã, outras a tarde - e sempre sobre assuntos super interessantes para quem curte jardinagem. Veja:

- Como cuidar de um jardim. Dia 9 de agosto das 9 às 12h.
- Compostagem doméstica. Dia 11 de agosto das 14 às 17h.
- Aprenda a fazer sua horta. Dia 16 de agosto das 9 às 12h.
- Como cultivar plantas dentro de casa. Dia 18 de agosto das 14 às 17h.
- Como fazer um terrário. Dia 22 de agosto das 9 às 12h.
- Ervas aromáticas. Dia 25 de agosto das 14 às 17h.
- Como escolher árvores para áreas públicas. Dia 30 de agosto das 14 às 17h.

O único porém é que são todas em dias de semana, o que impossibilita a presença de quem trabalha em período integral de segunda a sexta.
Participe se puder e, se não tiver as datas disponíveis, manifeste seu interesse em assistir a uma dessas aulas num final de semana.
Sabia que a união faz a força e quando todo mundo se manifesta alguém resolve tomar uma providência?

Para entrar em contato com o pessoal de lá (que aliás é super legal), escreva para oficinasjardim@prefeitura.sp.gov.br ou ligue para 5539-5291

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Coma as frutas e beba as cascas!

Nem pense em jogar no lixo (ou mesmo na compostagem!) as cascas das frutas que você come.
No verão ou no inverno, de dia ou de noite, cascas rendem deliciosas bebidas, quentes e frias.
Abacaxi, maçã, maracujá, pêssego e ameixa são algumas das frutas que podem ter as cascas fervidas, basta que sejam lavadas com capricho.
Nas primeiras vezes, enquanto você descobre se prefere sua bebida mais forte ou mais suave, coloque água o suficiente apenas para cobrir as cascas dentro da panela. E depois, fogo nela!
O tempo de fervura geralmente não precisa ser maior do que 15 minutos, mas isso você também vai aperfeiçoando à sua maneira.
E para não ficar só no básico experimente misturas diferentes, adicione sementes e um pouco de polpa de maracujá para dar um azedinho, adoce com mel ao invés de açúcar, tome quentinho para espantar o frio ou ofereça gelado para as crianças no lugar de refrigerante.
Tem custo zero e é super saudável, sem falar no perfume delicioso que deixa em casa!

sábado, 30 de julho de 2011

Espetáculo

Pelos próximos dois meses estará em cartaz, nas ruas e parques das cidades brasileiras, o espetáculo dos ipês amarelos (Tabebuia sp.).
Bastante conhecido pela excelente qualidade de sua madeira, o ipê é uma árvore decídua ou caducifólia, ou seja, espécie que perde todas as folhas em certa época do ano.
No caso do ipê, isso acontece no início do inverno.
Mas depois de algumas semanas pelado, com aparência de árvore morta, eis que um dia ele tira seu fôlego no momento em que você dobra uma esquina e, desavisadamente, se depara com um show de flores amarelas.
Há que se ter coração forte.
Passeie pela sua cidade curtindo esse presente e prepare-se, porque quando ele estiver acabando, virá em seguida a floração de um parente muito próximo: o ipê branco.
Assim são os ipês: florescem um de cada vez - primeiro o rosa, depois o amarelo e por último o branco - para que, entre uma cor e outra, você tenha tempo de se recuperar da emoção.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Esta verde casa na revista AnaMaria!

A revista AnaMaria desta semana indicou o De Verde Casa como um dos 7 sites que facilitam sua rotina doméstica.
Clique na imagem para ampliar e ler todas as indicações.
E daqui vão nossos mais sinceros agradecimentos. Muito obrigada!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Socorro!

Estou tendo um surto eco-consumista!
Conheci um site que é a materialização de todos os meus sonhos mais impossíveis!
Até meia hora atrás eu achava que só conseguiria ter plantas diferentes viajando ao exterior e voltando com a mala clandestinamente cheia de sementes de espécies interessantes, mas não!
Veja:













































Abóboras brancas, um modelito de tomate cheio de gomos, milho colorido, vagem cor de rosa, feijão pintadinho de baleia orca...
Vai faltar quintal!

Você tem um espaçinho disponível aí?
Quer brincar de novidade?
Então conheça o site Tabutins, de sementes agroecológicas, e tente ser mais comedido do que eu, que já tenho um carrinho de compras com 22 itens e uma conta astronômica, mas não consigo escolher um só item para cancelar!

PS: todas as fotos deste post são de propriedade do site Tabutins.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

É preciso acreditar!

Se você estava acostumada com "um copo americano para uma máquina cheia" e anda tendo dificuldade em acreditar que "uma tampinha basta", então somos duas.
Tenho dado prioridade a sabão concentrado para lavar roupas, baseada no fato de que "rende o mesmo que dois quilos de sabão em pó" e tem volume menor, embalagem menor e consequentemente ocupa menos espaço no transporte da fábrica ao supermercado, então economiza combustível, mas ando brigando comigo mesma na hora de adicionar o sabão à máquina, já que me toma uma vontade irresistível de colocar só mais um pouquinho.

É que para quem usava um copo cheio de pó, colocar só uma tampinha de líquido parece pouco, muito pouco.
Mas é preciso acreditar, cara amiga dona de casa! Liberte-se dos seus antigos hábitos e acostume-se a uma nova medida. Você vai conseguir (e eu também)!
Coloque-se no lugar da sua avó, que lavava roupa no tanque, esfregando cada peça com uma barra de sabão feito de banha, até que um dia falaram pra ela que um copo americano daquele pó azulado faria o mesmo serviço dentro de uma máquina que funcionava sozinha.
Que cara você acha que ela fez?

Pois bem vinda aos tempos modernos! Finalmente a indústria deixou de vender volume de sabão e passou a caprichar no princípio ativo, então faça a sua parte e acredite.
Aproveite também para trocar o detergente de louças e a cera para o piso, que antes vinham cheios de água, pelas novas opções mais concentradas. Já está tudo disponível no mercado, falta só o consumidor prestigiar.

E só pra não dizer que melhorou muito, ainda acho que as embalagens poderiam ser menos caprichadas. Isso mesmo: embalagens piores. A do sabão de roupas da foto acima, por exemplo, pesa vazia quase o mesmo que o produto que saiu lá de dentro. Se houvesse refil, esse mesmo frasco passaria de mão em mão pelas próximas 3 gerações da minha família, tamanha a qualidade e espessura do material.
Para usá-lo apenas por um mês e depois encaminhá-lo para a reciclagem, eu ficaria mais feliz se ele fosse mais fino, mais mole, mais leve...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Para que isso?

Na contramão das tendências, as agências de marketing e publicidade resolveram que é tempo de empacotar toda e qualquer correspondência em saquinhos plásticos. Resultado: junto com cada mala direta que eu não pedi para receber, vai para o lixo também uma embalagem que é a mais pura representação do desperdício.
E antes que alguém justifique o envólucro dizendo que é para proteger a correspondência da chuva, gostaria de dizer que minha caixa de correio é fechada e que estamos no inverno, época em que chove em São Paulo uma vez a cada 20 dias, se tanto.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mini ecossistema

Cresci assistindo a mamma cuidar de um terrarium.
Era uma garrafona de uns 30 litros, como essas de hoje, de plástico, que se compra com água mineral. Só que era de vidro e um pouco maior que as atuais. Ou eu é que era bem menor.
Pelo gargalo estreitinho ela enfiava dois palitos bem compridos - uns hashis gigantes - e com eles executava os projetos paisagísticos lá dentro, acredite. Podava, plantava, desplantava, movia pedras de lugar...

No fim de semana passado fui ao cinema e, enquanto esperava na fila, vi pedras bonitas cobrindo a terra de um vaso.
Fui tomada por uma vontade incontrolável de tê-las e, apesar de (ainda) não saber bem para que, tomei coragem e sorrateiramente afanei algumas.
Sabe como são as vontades incontroláveis...
Minha cabeça ficou trabalhando em stand by com aquelas pedras e, ao me deparar com um vidro vazio de biscoitos, já de volta em casa, fez-se a luz: um TERRARIUM!

No quintal, pesquisando pequenas plantas que coubessem no vidro, me vi descobrindo coisas que nunca tinha visto que cresciam aqui. A ideia de improvisar e aproveitar o que nasceu espontaneamente me levou a descobrir espécies de trevo nas quais eu jamais tinha reparado, matinhos discretos com mini flores delicadíssimas, musgos de diferentes tons de verde...

Aí foi só planejar rapidamente a posição de cada elemento e, na última hora, desplantar cuidadosamente as plantas escolhidas preservando suas raízes.

No fundo do vidro vai uma camada de pedras pequenas, para drenar o excesso de água da rega. Sobre ela, uma camada de terra fazendo altos e baixos, para dar mais graça quando se olha pela lateral do vidro.
E então é só plantar, com a ajuda de um palito, colher ou pazinha pequena.

A plantar maior não tenho ideia do que seja. A folhagem menor é poejo (Mentha pulegium), erva aromática da família da hortelã. E para cobrir a superfície da terra, musgo retirado com espátula de uma área úmida de cimento no quintal. É o entorno da tigela de água dos cachorros, sempre molhado e coberto de verde.
Por cima de tudo, as pedras do cinema.
Logo depois de tudo montado, é importante já fazer a primeira rega, para eliminar possíveis bolhas de ar na terra, assentar todos os elementos no seu lugar e reidratar as plantas. Use sempre um borrifador, para controlar mais precisamente a quantidade de água e não correr o risco de tirar algo do lugar com o fluxo forte de um regador.
E aí está! Um mini ecossistema para enfeitar a mesa de trabalho.

Na hora de fazer o seu, improvise com o que já tem e use a criatividade. Recolha plantinhas do chão, matinhos de canteiros e rachaduras de muros.
Para enfeitar, pedras, pequenos galhos retorcidos, pedaçinhos de madeira, folhas secas...

O vidro pode ficar sempre aberto ou então fechado com tampa, o que conserva mais a umidade. Neste caso, pouquíssimas regas são necessárias, já que a água que evapora do solo e das folhas se condensa nas paredes do vidro e volta para a terra. É como um "mini mundo": evapora e chove, evapora e chove, evapora e chove...

Quanto à luminosidade, escolha um lugar que receba algumas horas de luz média todos os dias. Nem sol demais nem sombra escura.
Cuidado para não expor seu terrário ao sol forte, principalmente se ele estiver tampado. Lembre-se que o vidro fechado funciona como uma estufa, e suas plantas podem cozinhar se receberem luz intensa em excesso.

E aí, convencido da simplicidade da coisa? Então experimente fazer o seu! Você vai passar meia hora montando e muitas outras hipnotizado, olhando, olhando...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Colhendo corações

É ou não é um ótimo presságio os tomatinhos cereja do quintal começarem a nascer, de uma hora pra outra, em forma de coração?


terça-feira, 12 de julho de 2011

Paisagista sem noção

Dê uma olhada nessa árvore. Preste atenção ao seu porte e ao tamanho de sua copa.

É uma Paineira (Chorisia speciosa), árvore nativa que atinge 30 metros de altura e 1,5 de diâmetro do tronco quando adulta. Certamente são essas as medidas deste exemplar; veja a base do tronco mais de perto:

Ela está plantada no centro de uma praça, que diga-se de passagem é o lugar mais apropriado para uma árvore deste porte. A copa ultrapassa os limites da calçada que cerca a praça, somando certamente mais de 20 metros de diâmetro.
Cercada de grama, suas raízes tem espaço suficiente para se desenvolver sem levantar cimento, asfalto, nem prejudicar sua própria estabilidade.
Mas eis que, em frente à praça, um novo prédio foi erguido e o paisagista responsável pelo projeto teve a ideia de presentear os moradores do lugar com um problema silencioso, que só vai se mostrar dentro de alguns anos.
Repare na árvore plantada na calçada:

É uma Paineira (Chorisia speciosa), árvore nativa que atinge 30 metros de altura e 1,5 de diâmetro do tronco quando adulta!!!
Uma foto mais de pertinho, pra você visualizar a encrenca:

Pode-se dizer que está tudo errado.
O micro-canteiro onde a muda está plantada, um quadradinho de 50 cm, vai ser totalmente ocupado pelo tronco em poucos anos. E a calçada, com menos de 2 metros de largura, tão caprichosamente construída, vai começar a ser levantada logo em seguida. Sem falar dos galhos, que dentro de algum tempo começarão a invadir as varandas dos andares mais baixos.
E então o assunto na reunião de condomínio será: o rateio de verba para remoção da árvore.
O ideal, na minha modesta opinião, seria chamar o paisagista e fazê-lo convencer os condôminos de que o correto é remover o prédio e deixar em paz a árvore escolhida e plantada por ele, mas...

Brincadeiras a parte, na hora de escolher uma árvore é importantíssimo analisar as características do local de plantio e o espaço disponível, para saber se são adequados ao tamanho da árvore ADULTA. Consultar um profissional (competente!) ou pelo menos fazer uma boa pesquisa a respeito das espécies indicadas para arborização urbana também é fundamental, para que depois a árvore - e também a população - não sofra as consequências de um plantio irresponsável como esse.
E olha que, neste caso, a dica da burrada está a poucos metros de onde ela foi feita!

Agora vote: você acha que, daqui a 15 anos, removerão a árvore ou o prédio?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tudo tem seu tempo

Todo esse frio em São Paulo e tem gente que ainda vai a Campos do Jordão em busca de temperaturas mais baixas.
Ou mais longe: São Joaquim, em Santa Catarina, onde às vezes neva!
Enquanto uns se divertem, outros sofrem nos meses de inverno e amaldiçoam, dia após dia, a estação gelada.
Pois saiba que o mesmo acontece com as plantas e seus frutos. Umas gostam de produzir no calor, outras preferem dias mais frios.
Durante o inverno, a melancia está com cara de poucos amigos no supermercado (igual a você, de manhã cedo na rua gelada!), enquanto o morango brilha de felicidade, cada vez mais barato nas promoções da feira.
A natureza tem lá o seu ritmo, mas o ser humano e sua vontade de comer de tudo o ano inteiro resolveu forçar o que não é natural. Resultado: até tem abacaxi no inverno, por exemplo, mas não é aquele perfumado, docinho e delicioso. As laranjas também estão assim assim; ácidas, branquelas por dentro, sem gosto...
E não é porque está lindo por fora que vai estar gostoso por dentro.
A maneira mais segura de comer frutas, verduras e legumes deliciosos é respeitar a época de cada um. Pesquisar, perguntar para os mais experientes e observar as ofertas e promoções semanais ajuda no aprendizado do tempo de cada coisa.
Outro jeito é frequentar feiras livres e sacolões, onde dá pra conversar com o vendedor, perguntar sem vergonha de mostrar que não sabe e experimentar antes de comprar.
Ou ainda pedir para que o gerente do seu supermercado favorito deixe à sua disposição, no setor de hortifruti, uma tabela que mostre os meses e suas respectivas safras, como faz a rede Pão de Açúcar na foto acima.
Enquanto você não tem tudo de cabeça, é uma ótima ajuda!

sábado, 2 de julho de 2011

Improviso

Tá certo que preguinhos no muro não são os itens de segurança mais bonitos pra você ter em casa, mas olha pra que eles também servem:

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Faça sua parte

Se você assistiu ao Globo Repórter de hoje e se emocionou com cada umas das comoventes histórias de animais mostradas no programa, dê um pulinho no site da emissora e faça seus elogios, comentário e, se for o caso, críticas.
É importante ser atuante e mostar à imprensa que o trabalho feito por ela tem repercussão, seja positiva ou negativa.
A televisão, como meio de comunicação de fácil acesso às massas, tem grande poder de educação (e deseducação) através das reportagens que produz, por isso dar sua opinião e se mostrar interessado por programas como o de hoje pode fazer muita diferença.
Cada um de nós é, em parte, responsável pelo conteúdo produzido pela mídia em geral, que assim como qualquer empresa comercial, se empenha em produzir o que vende mais.
Então mostre a eles do que você gosta! Ou você está esperando que alguém adivinhe?
Para te dar um empurrãozinho, aí vai o link para o site do Globo Repórter:
www.g1.globo.com/globoreporter

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tentando sobreviver na cidade

Tem gente que ainda não percebeu, mas as árvores são, sim, seres VIVOS!
O que será que passa na cabeça de quem amarrou cordas no tronco desse eucalipto?

Certamente elas serviram para amarrar faixas de propaganda, leitura de búzios, mudança na mão da rua ou aviso de animal perdido, mas depois das faixas retiradas, sobraram.
Acontece que a árvore continua crescendo, seu tronco continua alargando e as cordas começam a enforcá-la. E isso pode acabar em morte!
Imagine colocar um cinto numa criança e forçá-la a continuar até a vida adulta com ele na cintura? Ou uma coleira justa no pescoço de um cachorro filhote e não alargá-la nunca mais?
Parece crueldade, não? Pois é...
Todo o sistema de transporte de água e nutrientes absorvidos do solo está localizado bem abaixo da casca das árvores. É por aí que essas substâncias são levadas até a copa para alimentar as folhas. Adivinha o que acontece se uma corda ou qualquer outro material promove a interrupção desse "encanamento"?

Outro exemplo de falta de respeito com árvores é a antiga mania de pintar troncos de branco. A justificativa de alguns é evitar formigas nas folhas, fazendo a pintura com cal; já outros cometem a agressão ao vegetal em nome da estética.
E a pergunta é: fica mesmo mais bonito assim?

A camada de tinta funciona como uma "plastificação" do tronco, impedindo a casca de se desenvolver normalmente e descamar quando necessário. É uma situação completamente artificial, que traz prejuízos à árvore além de intoxicar os seres vivos que nela se instalam.
Uma árvore em condições normais no meio ambiente pode abrigar, ao longo de toda sua vida, mais de 100.000 indivíduos de diversas espécies, como pássaros, besouros, abelhas, aranhas, joaninhas, formigas (sim, elas fazem parte da natureza!) e seres que nunca enxergamos e sequer imaginamos existir. Mesmo nas cidades elas funcionam como "ilhas de vida", abrigando biodiversidade.
Será que só porque foi plantada numa calçada precisa estar adequada à estética da cidade e, para isso, ser fantasiada de poste?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cada um fazendo a sua parte

Dia desses encontrei no lixo comum uma embalagem de tinta em spray.
Fui atrás de quem jogou, querendo saber:

- Por que o spray de tinta não está no lixo reciclável?
- Latinha de spray não é reciclável, é?
- Você procurou alguma indicação na lata?
- Não, mas acho que não tem.

Esse é o tipo de situação que mostra que ainda falta um tanto para que todos se conscientizem e sem empenhem em encaminhar cada tipo de material para o seu destino correto.
A resposta "não, mas acho que não tem" é exemplo claro de que não sabe, não procurou descobrir e tomou qualquer decisão.

Por outro lado, é interessante aproveitar a situação para algumas análises:
- a latinha de tinta em spray não mostra o símbolo da reciclagem, aquele triângulo formado por três setas.
- a indicação "aço reciclável ecológico" está escrita de maneira discreta, sem chamar atenção para a palavra "reciclável".
- a informação é muito pequenininha, na lateral da embalagem.

Enquanto se trabalha para educar o consumidor a respeito de sua responsabilidade em destinar corretamente o lixo que produz, porque as empresas não aproveitam para informar mais claramente que já estão trabalhando com materias ecologicamente corretos?
Ao invés de simplesmente cumprir a lei e imprimir pequenininho na lateral ou no verso da embalagem as informações obrigatórias sobre sustentabilidade e reciclagem, por que não chamar a atenção do consumidor para essas questões e divulgá-las claramente, dando destaque e importância?
Tenho certeza de que seria um diferencial no mercado e serviria como critério de desempate na hora da compra, influenciando quem está em dúvida entre duas marcas.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

As deliciosas histórias da Missão Cambuci

Desde que conheci o cambuci, há pouco mais de um ano, comecei a tecer uma rede muito interessante de amigos. Alguns são pessoas preocupadas com ecologia e meio ambiente e outros nunca pararam por muito tempo pra pensar sobre isso mas tem toda boa vontade do mundo pra ajudar, sabendo ou não que se trata de algo importante.
Se antes já me empenhava em trocar mudas, sementes e experiências por aí, agora então faço questão de retribuir toda a ajuda que me deram na coleta de frutos dessa espécie ainda em risco de extinção, nem que tenha que revirar caçambas de lixo em busca de meus frutos podres jogados ali sem querer ou confinar pequenas árvores dentro de uma caixa de camisa e mandá-las por correio em viagem de 10 dias rumo a Porto Seguro.

Foram três meses de e-mails, conversas, pesquisas e bastante estrada atrás de qualquer quantidade de sementes que se pudesse conseguir. De algumas cidades voltei com um único fruto na mão. De outras, vieram quilos e quilos de cambuci em todos os estados de conservação que se possa imaginar, do mais saboroso e perfumado ao mais podre e fedido. E para fazer valer cada e-mail enviado e cada litro de gasolina gasto na empreitada, todos os frutos foram cuidadosamente despolpados e tiveram suas sementes selecionadas, processo trabalhoso que levou dias e dias até ser finalizado.
A boa notícia é que o número é grande: são 4.773 sementes viáveis sendo regadas diariamente e recebendo cuidados dignos de estrela. E vale lembrar que apenas cerca de 25% das sementes de um cambuci são viáveis, ou seja, tem possibilidade de germinar, então calcule o quanto de sementes conseguimos!
Por isso, para mostrar que quando cada um faz um pouquinho o resultado é incrível, a seguir conto as histórias de quem topou abraçar comigo essa causa.

Coletas secretas
No começo, quando éramos só eu e eu nessa aventura, passei algumas semanas monitorando os três únicos pés de cambuci adultos que conheço na cidade.
Um deles, na rua, tem a copa muito alta e nas primeiras visitas que fiz não encontrei nenhum fruto no chão. Era preciso continuar monitorando até que amadurecessem mais um pouco e começassem a cair. Só que, depois de duas semanas quando voltei ao pé, não sei via mais um único cambuci em lugar nenhum, no chão ou na copa. Algum coletor de sementes mais rápido do que eu deu cabo de tudo. Primeira decepção.
Outra árvore, pequena ainda e na rua também, tinha só dois frutos quando a visitei pela primeira vez, mas estavam ainda muito duros e não tive coragem de arrancá-los antes da hora. O cambuci, assim como o abacate, tem a casca verde mesmo quando está maduro, então só se sabe se está bom para colher apalpando a fruta. Nesse dia também fui embora de mãos abanando e, quando voltei lá, não encontrei mais nenhum. Segunda decepção.
Restava a terceira árvore, dentro de um parque municipal onde dizem que não se pode coletar nada. Já sabendo que é uma árvore das boas e que no ano passado produziu bastante, resolvi não correr riscos e a cada visita levar comigo alguém que me desse cobertura. As instruções para os acompanhantes eram:

1) Enquanto encho meu saquinho secreto (camuflado dentro de uma bolsa grande) fique de olho e me avise se vier alguém do parque.
2) Faça sempre cara de paisagem. Tem tudo a ver com o lugar.
3) Se alguém vier reclamar e dizer que não se pode pegar frutos, finja que não me conhece e eu me viro sozinha. Melhor só uma metida nisso.

Deu tudo certo e saímos incólumes (e abastecidas!) de todas as investidas, então ficam aqui meus sinceros agradecimentos às amigas que corajosamente me acompanharam em nome da preservação da espécie: Helô, Bia e Mari L.

Um ecólogo alto astral
Escalado pela minha mãe para ajudar na Missão Cambuci, o Vitor, ecólogo e professor mais sabido e divertido que eu conheço na área, aproveitou o dia de aulas que deu em um parque para coletar frutos num pé que conhecia. Logo chegou um e-mail: Ju, pode vir buscar, tem um tanto aqui pra você.
Passaram mais uns dias e recebi outro e-mail: Ju, tenho mais.
Mas antes de conseguir encontrá-lo veio mais uma mensagem, desta vez triste: Ju, minha tia velhinha viu aquele monte de frutos podres e, achando que era lixo, jogou tudo fora. Semana que vem tento mais uma coleta.
Sem comentários sobre a tia velhinha.
Sorte que dentro de mais alguns dias veio outro e-mail: Ju, mais. Estão ao lado da minha mesa em cima de um vaso com o seu nome. São de uma variedade pequena mas bastante doce. Estão meio podres, já, e os colegas de trabalho reclamando que está fedido, mas é história deles; eu não sinto nada. E já avisei que é proibido jogar fora! Se eu não estiver aqui quando você chegar, pode entrar e levar.

Vitor, muito muito obrigada. Conte comigo para o que precisar, e assim que as mudas estiverem grandinhas me diga quantas quer e te entrego sem pestanejar.

A dupla dinâmica
Sair do sítio da Mari e da Carmem sem a certeza de ter conhecido o significado da expressão “calor humano” é impossível. Na chegada já tem festa como se fôssemos amigas há anos, com beijo, abraço, sorriso, boas vindas da cachorrada, gato trançando nas pernas, cafezinho, biscoito, um monte de histórias divertidas e o almoço pronto esperando. Isso porque a ideia era coletar o que elas tem no quintal, mas parecia que quem estava fazendo o favor era eu.
Depois de duas visitas, muitas risadas e andanças pra conhecer o sítio, ganhei geléia de cambuci feita por elas e sementes já prontas para plantar, além dos frutos propriamente ditos. E mais folhas de flor de cera para fazer mudas, bulbos de dália, de clívia, mudinhas de suculenta, sementes de anis estrelado, de rambutan e um caroço de abacate. Só esses 10 itens porque recusei outros 23 que Mari ofereceu, tentando convencê-la de que agora quem precisa de um sítio sou eu!!!

Mari e Carmem, como agradecer tanto carinho?
Muito obrigada por tudo e são de vocês todas as mudas de cambuci que nascerem, me digam quantas querem.

Rosana, Henrique e os ouriços
De Mogi das Cruzes, no início de abril, chegou o e-mail da Rosana: Tenho um pé de cambuci a pleno vapor, separei um tantão de frutos para vc. A árvore frutifica de 3 a 4 vezes por ano. Entre em contato.
Era pra já! Em dois ou três dias combinamos tudo e, sorrindo de orelha a orelha, parti para Mogi das Cruzes, escala de uma viagem a São José dos Campos para ajudar a babar, quero dizer, cuidar do sobrinho recém nascido.
Fui recebida com pão de queijo quentinho e suco de cambuci feito na hora. Não é demais? Batemos um papinho de uma hora e segui viagem, já mais de nove da noite, levando na bagagem cambucis maduros e cheirosos (ô fruta de cheiro bom!), cambucis podres para extrair sementes e ainda polpa de cambuci congelada, pra fazer suco e mousse.
De presente levei mudinhas de árvores de três espécies, mas mesmo assim fiquei até meio sem graça com o tanto de coisas que ganhei, a quantidade de pães de queijo que comi e todo o suco de cambuci que bebi! Minha mãe tinha me dado mais educação...

Cheguei a São José dos campos para uma estada de quatro ou cinco dias e escolhi um canto da varanda onde deixar o saco de cambucis podres até o dia de ir embora. O cheiro de vinagre é forte, não dá pra ficar com aquilo por perto. Mas sem me esquecer da tia do Vitor, avisei a todos da casa que ali estavam minhas preciosas sementes, não era pra mexer no saco.
Passados os meus dias de tia babona de primeira viagem, me ajeitei para tomar a estrada de volta e, na hora de ir embora, cadê os cambucis?
Juro que por alguns minutos dei uma de maluca e andei em círculos olhando em volta e repetindo “cadê eles?, cadê eles?, cadê eles?”. Eram 4, 5, 6 quilos de frutos e tinham sumido! Logo caiu a ficha que alguém que foi ajudar na faxina da casa naquele dia não sabia do que se tratava e jogou tudo no lixo.
Não, lixo de novo não!
Corri para o interfone e o porteiro me disse: tá tudo aqui ainda, o lixeiro só passa mais tarde.
Num passe de mágica lá estava eu, protagonizando espetáculo na calçada do prédio, abrindo caçamba por caçamba, saco de lixo por saco de lixo atrás dos cambucis da Rosana.
O porteiro parou do meu lado e disse: já sei, você jogou seu celular no lixo! A moça do 72 também fez isso outro dia. Às “veiz” bate uma bobeira e a gente faz essas coisas, é normal.
Eu dei risada e resolvi explicar que não era o celular, era pior! Era um fruto em risco de extinção e eu tinha arrumado sementes pra plantar. E então ele me surpreendeu: Extinção? É sério? Ah, mas então nós vamos ter que achar isso!
Nesse momento Tomé virou meu herói. Tem amigo meu que não diria uma frase dessas.
E foi um tal de conhecer a intimidade dos apartamentos vizinhos até que... Maktub! Dentro do enésimo saco preto que abri estava a sacolinha do supermercado Maktub de Mogi das Cruzes, onde a Rosana faz compras. Maktub, em árabe, que dizer “estava escrito”. E estava mesmo. Aqueles cambucis eram meus e ninguém tascava!

Depois dessa experiência inesquecível ainda voltei mais uma vez a Mogi, recentemente, porque como tinha dito a Rosana, a árvore do sítio frutifica de 3 a 4 vezes por ano e ela tinha mais frutos pra mim. Dessa vez cheguei e a encontrei, junto com Henrique, em volta de uma banheira infantil de plástico, na calçada, tomando sol. Dentro da banheira dois ouriços, animais da savana africana. São criaturas acostumadas ao calor, e como os dias do fim de maio vinham sendo cada vez mais frios, era preciso esquentá-los um pouquinho.

Não, isto não é um cambuci! É o ouriço do Henrique, filho da Rosana

De novo ganhei lanchinho e, desta vez, suco multi frutas preparado pelo Henrique além de um tanto maior ainda de cambucis podres. Nunca vi alguém ficar tão feliz com um sacão de frutas estragadas!

Rosana, não tenho palavras para explicar para quem não te conhece o quanto você é delicada e simpática. Muito obrigada pela acolhida sempre tão carinhosa, pelos quilos de cambucis bons, “ruins”, pelas polpas congeladas, pães de queijo, bolo de cenoura...
E vamos plantar por aí mais dessa espécie pela qual nós duas temos tanto carinho. Me diga quantas mudas quer e elas são suas.

Depois de tudo isso veio a hora de despolpar os frutos. Eu e Flop, dono do Viveiro Oiti, em Holambra - SP, passamos horas e horas sentados em frente a uma peneira e uma torneira com a mão na massa, uma massaroca úmida e com forte cheiro de vinagre, separando a casca e a polpa das sementes.
A etapa seguinte foi passar as sementes pela peneira, lavando com um jato forte de água para tirar os restos de polpa, que continua a apodrecer sob a terra e pode por a perder todo o processo de germinação.

Então as sementes limpinhas foram postas para secar à sombra sobre folhas de jornal e depois selecionadas uma a uma, trabalho que consiste em separar as vazias das “gordinhas”, as chamadas sementes viáveis.

Depois disso as escolhidas foram colocadas em tubetes sob fina camada de terra, serão regadas diariamente e devem demorar cerca de 60 dias para mostrar as primeiras carinhas. Isso deve acontecer no final de julho.

Agora, só no ano que vem. O cambuci floresce entre novembro e dezembro e seus frutos amadurecem de março a maio, quando aliás acontece o Festival do Cambuci, em Paranapiacaba – SP, e a Rota do Cambuci, em um circuito de cidades do interior paulista. Nessas festas é possível provar quitutes preparados com essa fruta tão simpática quanto desconhecida – muitos paulistanos acham que Cambuci é apenas o nome de um bairro.

A Rota do Cambuci ainda não visitei, mas em Paranapiacaba este ano tomei suco, comi bolo de chocolate com cambuci (é d e l i c i o s o!), mousse, trufa recheada e ainda comprei umas garrafas de pinga da fruta para dar de presente. Ano que vem vou fazer tudo igual outra vez!

Abaixo, a plantação de que tenho tanto orgulho. Ainda não se vê nada, claro, mas dentro de cada tubete está uma das sementes dessa história. E tudo sendo cuidado com carinho pelas mãos profissionais do Flop, a quem, junto com a mamma, falta agradecer por todo o empenho e apoio nessa empreitada. Muito obrigada!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Tulipas

Uma lembrança de presente inusitado que tenho da adolescência é dos buquês de tulipas que vinham direto da Holanda, entregues como brindes de uma companhia aérea. As flores chegavam geladinhas, recém saídas da câmara fria do avião, mantendo o frescor de recém colhidas.
No calor do Rio de Janeiro, onde eu morava, aquelas estrangeiras acostumadas ao frio duravam pouco, mas eram curtidas intensamente até sucumbirem ao calor.
Duas décadas depois temos tulipas adaptadas ao clima brasileiro, mas como apesar de nacionais elas ainda preferem um friozinho, deixam para mostrar suas flores quando nós, tropicais, começamos a tirar as blusas de lã do armário.
Então aproveite a onda de tulipas no mercado e leve pra casa um vaso desse show de charme. Uma dica é comprar as flores ainda em botão, já que depois que abrem não costumam durar muito. Assim você aproveita cada etapa do desenvolvimento da planta.

sábado, 28 de maio de 2011

Saladas com cambuci!

Recebi da amiga de uma amiga a indicação de um programa interessante para o Dia do Meio Ambiente, o próximo 10 de junho. O evento se chama "Saladas com fruta nativa - inovando com cambuci". Acontece na lanchonete do SESC Santo André, em São Paulo, na sexta-feira dia 10 de junho às 18 horas. E é grátis.
Para saber mais leia texto abaixo, copiado do site do SESC, ou acesse o link
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=196208

O cambuci, fruta de sabor agridoce originária da Mata Atlântica, tem um valor especial na região abrangida pelas cidades de Santo André, Rio Grande da Serra, Paraibúna, Salesópolis e Ilha Bela, as quais desenvolvem atividades econômicas baseadas neste artigo nativo. Eventos como a Rota do Cambuci fortalecem comércio, geração e renda, turismo e gastronomia, além de estimular a sustentabilidade na produção, distribuição e consumo do alimento. Assim, pretende-se apresentar o cambuci no SESC Santo André como elemento inovador e de destaque em saladas na mesa do comerciário.
Grátis, na lanchonete, no dia 10/6, sexta, às 18h.

Muito obrigada, Elizabeth!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Notícias

Ando às voltas com trabalho e um tanto de frutos que ganhei de novos amigos trazidos pela Missão Cambuci. Vou extrair as sementes antes que percam o poder de germinação e logo logo volto, para contar o saldo da campanha contra o desaparecimento dessa espécie nativa tão simpática.
Até dentro de caçamba de lixo me enfiei pela causa. Não perca os próximos capítulos!

terça-feira, 1 de março de 2011

Cambuci, a missão

Logo na primeira vez que ouvi dizer que o cambuci é espécie ameaçada de extinção senti por ele uma afeição instantânea. Foi em fevereiro de 2010, durante um curso sobre sementes na UMAPAZ.
Nunca tinha visto um fruto mais gordo na minha frente nem tampouco bebido o suco, tomado o sorvete ou experimentado a pinga de cambuci, mas saber da ameaça despertou em mim a urgência de fazer alguma coisa.
Desde então virei uma obcecada! Você pode achar engraçado o exagero (e eu também acho!), mas é verdade. Ando que só falo nisso!

Ainda no início do ano passado ganhei cerca de 5 quilos do fruto podre - colhidos ao pé da árvore às vésperas de irem para o lixo - e resolvi encarar a missão de fazer as sementes germinarem. Não é uma espécie fácil, não produz muitas sementes nem germina em qualquer condição, mas estudei um pouco a respeito das exigências e me propus o desafio.
Foram horas despolpando frutos estragados cheirando a vinagre (e eu detesto vinagre!), mais horas escolhendo as sementes mais promissoras e mais meses regando diariamente uma bandeja de terra sem a certeza de que dali viria alguma vida, mas um dia um brotinho apareceu trazendo a boa nova: deu certo! (leia aqui o post da época)

Depois desse primeiro vieram centenas de brotos, e cada um deles fez crescer em mim a sensação de estar, realmente, fazendo a minha parte. É indescritível!
Como infelizmente não tenho espaço para criar centenas de árvores, fiquei com alguns poucos e doei o resto para um viveiro amigo, com quem faço trabalhos voluntários de vez em quando, e tenho sempre notícias deles, meus filhotes cambucis.

Mas chegou de novo a época de frutificação do cambucizeiro (meados de fevereiro e março), e minha obsessão adormecida acordou! Por que não fazer tudo de novo?
Conversei com gente conhecida, pesquisei na internet, mandei e-mails, dei telefonemas e já consegui alguns frutos, mas ainda é pouco.
E foi então que veio a Mamma, criativa minha mãe, com uma ideia: por que não pedir ajuda no blog?

Pois estou aqui, prezado leitor, convidando você a participar comigo dessa empreitada. Topa me ajudar na missão de produzir o maior número possível de árvores de cambuci?
A espécie ocorre naturalmente apenas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, na parte da serra do mar que dá para o planalto paulista e no início do planalto em direção ao interior, na mata pluvial Atlântica.
A região já não é muito extensa, e pra piorar a árvore não é muito frequente mesmo no seu habitat natural, então...

Mas não desanime! Se você tem vontade de ajudar, o primeiro passo é conversar com parentes, vizinhos, amigos e os conhecidos que tem sítio no interior ou casas antigas na cidade. Algumas décadas atrás a fruta foi bastante cultivada em pomares domésticos, então aquela velhinha simpática que mora na sua rua pode ter um pé de cambuci no quintal. Ou a irmã dela, ou uma amiga...
E a proposta é a seguinte: você me manda um tanto de frutos (maduros e até mesmo podres) ou me dá dicas de onde encontrar um cambucizeiro, eu cuido de todo o processo de beneficiamento das sementes, germinação e acompanhamento dos primeiros 6 meses (é uma árvore leeeenta pra crescer) e em retribuição te dou uma porcentagem (3%?) das mudas que nasceram das sementes que você conseguiu. O resto das mudas será encaminhado ao viveiro amigo, a projetos de reflorestamento e plantado em praças, parques e vias públicas de São Paulo, como já era o plano para os germinados no ano passado.

Quanto mais gente participar maiores as chances de um resultado incrível, porque além da quantidade, um outro fator importante é a variedade genética. Um reflorestamento de qualidade é feito com árvores de diferentes características genéticas mesmo se tratando de uma mesma espécie, neste caso o cambuci. Quanto mais fontes de sementes, melhor. Porque cada uma delas traz no seu DNA traços específicos, "qualidades" e "defeitos", e se todos os exemplares plantados no estado, por exemplo, forem filhos de uma mesma matriz, a variedade genética, característica importantíssima para a preservação da espécie, será pobre.

Aliás, para incrementar ainda mais essa questão da variedade de DNAs por aí, a ideia é te mandar de volta mudas de origem diferente das sementes que você doou, assim o resultado será ainda mais embaralhado.

E então, quem se anima?
Deixe um comentário, seu telefone ou endereço de e-mail e vamos logo começar com isso!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mais uma oportunidade

Se você não conseguiu participar da oficina "Daninhas para quem? Ervas espontâneas e hortaliças negligenciadas" no sábado passado, tem mais uma oportunidade.
A aula acontece mais uma vez amanhã, dia 26 de fevereiro.
E dessa vez recomendo com a empolgação de quem foi e adorou.
Sebastião Wilson Tivelli é danado de bom. Didático, simpático e ótimo contador de histórias, o professor mostra na aula uma coleção de vasinhos com ervas e hortaliças variadas enquanto explica as características de cada uma.
Além disso você tem a oportunidade de experimentar Maria-gorda, Maria-pretinha e Cubiu entre outras ervas espontâneas comestíveis cultivadas por ele. E no final da aula ainda leva pra casa mudinhas de Alface-bariri, uma variedade diferente produzida pelo pessoal do Instituto Agronômico de Campinas.
É amanhã no mesmo horário e local, veja aqui.
Você nunca mais vai olhar o mato da calçada com os mesmos olhos. Não perca!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Daninha para quem?

Acredite se quiser, existem ervas a venda em feiras livres na Europa que nascem espontaneamente aqui no Brasil, em frestas de cimento no chão, e são consideradas "ervas daninhas" por nós. É o caso do Dente de Leão (Taraxacum officinale), por exemplo, aquele "matinho" do pompom branco bonito de ver desmanchar no ar com um bom assoprão.
A gente ignora, pisa e pede pro jardineiro arrancar, sem imaginar que tem gente que paga por ela pra comer na salada ou se beneficiar com suas funções terapêuticas no tratamento de dores reumáticas, diabetes, prisão de ventre e afecções da pele.

Pois é para ensinar conhecimentos como esse que o Sesc Vila Mariana, em São Paulo, abriu a oficina "Daninhas para quem? Ervas espontâneas e hortaliças negligenciadas" no dia 19 de fevereiro, o próximo sábado, das 14:30 às 17:30.
Na oficina serão abordadas as características e possibilidades de cultivo de espécies de plantas chamadas vulgarmente de ervas daninhas.
Orientação de Sebastião Wilson Tivelli, engenheiro agrônomo com doutorado em Horticultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas.
Para interessados maiores de 14 anos. Inscrições na Central de Atendimento.

Do preço, pode-se dizer que mais uma vez é simbólico, pra você não ter desculpa para não participar:

R$ 3,00 para trabalhadores no comércio de bens e serviços matriculados no Sesc
R$ 6,00 para usuários do Sesc e dependentes, maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede pública
R$ 12,00 para você que infelizmente não se enquadra nas categorias acima

Para maiores informações...
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas 141 - Vila Mariana
(11) 5080-3000
email@vilamariana.sescsp.org.br

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Geração espontânea

Toda a chuva do mês de janeiro acordou as sementes esparramadas por aí, aquelas que a gente nem sabe onde estão, que se desprenderam da planta e voaram pelo quintal, indo parar sabe-se lá onde...
E de repente, inchadas pela água, elas começaram a germinar.
Tem de tudo nascendo aqui no jardim, cada frestinha e rachadura de cimento tem uma planta, uma florzinha, um musgo...
E como no ano passado andei deixando diversas hortaliças darem flores e sementes (lembra desse post?), além dos matinhos espontâneos tenho pés de alface roxo e verde nascendo pra todos os lados, no meio da sujeira, entre o fundo de vasos e o piso.
Eu não mexi uma palha; eles bebem chuva, comem restos de terra, sujeira e poluição e aí estão, saudáveis e rechonchudos.
Minha horta no chão!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Olhos de lince

O Pau-marfim do Parque Ibirapuera está frutificando outra vez e lá fui eu pra debaixo dele procurar aquelas lindas criaturas, minhas sementes preferidas.
Mas afinal, são frutos ou sementes?

Verdade verdadeira? São frutos.
Explico:
Sem entrar muito a fundo em definições biológicas, o fruto é basicamente o desenvolvimento do ovário (órgão reprodutivo feminino) da flor e pode ser fértil (quando contém sementes viáveis) ou estéril (sem sementes ou com sementes atrofiadas).
Então, se qualquer vegetal (planta rasteira, arbusto ou árvore) der uma flor e depois de um tempo naquele mesmo lugar crescer algo, aquilo é um fruto.

Pode não ter cara de fruta, que é o nome que convencionou-se usar para os frutos comestíveis, mas é fruto e fim de papo.
E mesmo não sendo chamados de frutas, existem muitos frutos que comemos sem nunca ter parado pra pensar que tipo de coisa eles são. Vagem, por exemplo, é fruto. Pepino é fruto. Pimentão, abóbora e abobrinha são frutos.

E finalmente voltando ao Pau-marfim (Balfourodendron riedelianum), as lindas borboletas de quatro asas das quais já falei aqui não são comestíveis mas também são frutos. E dentro de cada um dos frutos tem uma semente praticamente inseparável da embalagem, então a gente põe pra germinar o fruto inteiro mesmo.
Pra economizar espaço na sementeira, o máximo que dá pra fazer é cortar as asinhas. Abrir mesmo é impossível.

E por falar em impossível, como são verdes mesmo quando estão maduros, se caem na terra é fácil encontrá-los:


Mas quando se disfarçam em meio à grama...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Show

As orquídeas do mês aqui na verde casa:

Brassia Eternal Wind "Summer Dream" x Brassia Rex

Laeliocattleya Extasy Orchidglade semi alba

Miltonia sp


Miltonia moreliana "Colibri"