
Nunca tinha visto um fruto mais gordo na minha frente nem tampouco bebido o suco, tomado o sorvete ou experimentado a pinga de cambuci, mas saber da ameaça despertou em mim a urgência de fazer alguma coisa.
Desde então virei uma obcecada! Você pode achar engraçado o exagero (e eu também acho!), mas é verdade. Ando que só falo nisso!
Ainda no início do ano passado ganhei cerca de 5 quilos do fruto podre - colhidos ao pé da árvore às vésperas de irem para o lixo - e resolvi encarar a missão de fazer as sementes germinarem. Não é uma espécie fácil, não produz muitas sementes nem germina em qualquer condição, mas estudei um pouco a respeito das exigências e me propus o desafio.
Foram horas despolpando frutos estragados cheirando a vinagre (e eu detesto vinagre!), mais horas escolhendo as sementes mais promissoras e mais meses regando diariamente uma bandeja de terra sem a certeza de que dali viria alguma vida, mas um dia um brotinho apareceu trazendo a boa nova: deu certo! (leia aqui o post da época)

Como infelizmente não tenho espaço para criar centenas de árvores, fiquei com alguns poucos e doei o resto para um viveiro amigo, com quem faço trabalhos voluntários de vez em quando, e tenho sempre notícias deles, meus filhotes cambucis.
Mas chegou de novo a época de frutificação do cambucizeiro (meados de fevereiro e março), e minha obsessão adormecida acordou! Por que não fazer tudo de novo?
Conversei com gente conhecida, pesquisei na internet, mandei e-mails, dei telefonemas e já consegui alguns frutos, mas ainda é pouco.
E foi então que veio a Mamma, criativa minha mãe, com uma ideia: por que não pedir ajuda no blog?
Pois estou aqui, prezado leitor, convidando você a participar comigo dessa empreitada. Topa me ajudar na missão de produzir o maior número possível de árvores de cambuci?
A espécie ocorre naturalmente apenas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, na parte da serra do mar que dá para o planalto paulista e no início do planalto em direção ao interior, na mata pluvial Atlântica.
A região já não é muito extensa, e pra piorar a árvore não é muito frequente mesmo no seu habitat natural, então...
Mas não desanime! Se você tem vontade de ajudar, o primeiro passo é conversar com parentes, vizinhos, amigos e os conhecidos que tem sítio no interior ou casas antigas na cidade. Algumas décadas atrás a fruta foi bastante cultivada em pomares domésticos, então aquela velhinha simpática que mora na sua rua pode ter um pé de cambuci no quintal. Ou a irmã dela, ou uma amiga...
E a proposta é a seguinte: você me manda um tanto de frutos (maduros e até mesmo podres) ou me dá dicas de onde encontrar um cambucizeiro, eu cuido de todo o processo de beneficiamento das sementes, germinação e acompanhamento dos primeiros 6 meses (é uma árvore leeeenta pra crescer) e em retribuição te dou uma porcentagem (3%?) das mudas que nasceram das sementes que você conseguiu. O resto das mudas será encaminhado ao viveiro amigo, a projetos de reflorestamento e plantado em praças, parques e vias públicas de São Paulo, como já era o plano para os germinados no ano passado.
Quanto mais gente participar maiores as chances de um resultado incrível, porque além da quantidade, um outro fator importante é a variedade genética. Um reflorestamento de qualidade é feito com árvores de diferentes características genéticas mesmo se tratando de uma mesma espécie, neste caso o cambuci. Quanto mais fontes de sementes, melhor. Porque cada uma delas traz no seu DNA traços específicos, "qualidades" e "defeitos", e se todos os exemplares plantados no estado, por exemplo, forem filhos de uma mesma matriz, a variedade genética, característica importantíssima para a preservação da espécie, será pobre.
Aliás, para incrementar ainda mais essa questão da variedade de DNAs por aí, a ideia é te mandar de volta mudas de origem diferente das sementes que você doou, assim o resultado será ainda mais embaralhado.
E então, quem se anima?
Deixe um comentário, seu telefone ou endereço de e-mail e vamos logo começar com isso!