segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mini ecossistema

Cresci assistindo a mamma cuidar de um terrarium.
Era uma garrafona de uns 30 litros, como essas de hoje, de plástico, que se compra com água mineral. Só que era de vidro e um pouco maior que as atuais. Ou eu é que era bem menor.
Pelo gargalo estreitinho ela enfiava dois palitos bem compridos - uns hashis gigantes - e com eles executava os projetos paisagísticos lá dentro, acredite. Podava, plantava, desplantava, movia pedras de lugar...

No fim de semana passado fui ao cinema e, enquanto esperava na fila, vi pedras bonitas cobrindo a terra de um vaso.
Fui tomada por uma vontade incontrolável de tê-las e, apesar de (ainda) não saber bem para que, tomei coragem e sorrateiramente afanei algumas.
Sabe como são as vontades incontroláveis...
Minha cabeça ficou trabalhando em stand by com aquelas pedras e, ao me deparar com um vidro vazio de biscoitos, já de volta em casa, fez-se a luz: um TERRARIUM!

No quintal, pesquisando pequenas plantas que coubessem no vidro, me vi descobrindo coisas que nunca tinha visto que cresciam aqui. A ideia de improvisar e aproveitar o que nasceu espontaneamente me levou a descobrir espécies de trevo nas quais eu jamais tinha reparado, matinhos discretos com mini flores delicadíssimas, musgos de diferentes tons de verde...

Aí foi só planejar rapidamente a posição de cada elemento e, na última hora, desplantar cuidadosamente as plantas escolhidas preservando suas raízes.

No fundo do vidro vai uma camada de pedras pequenas, para drenar o excesso de água da rega. Sobre ela, uma camada de terra fazendo altos e baixos, para dar mais graça quando se olha pela lateral do vidro.
E então é só plantar, com a ajuda de um palito, colher ou pazinha pequena.

A plantar maior não tenho ideia do que seja. A folhagem menor é poejo (Mentha pulegium), erva aromática da família da hortelã. E para cobrir a superfície da terra, musgo retirado com espátula de uma área úmida de cimento no quintal. É o entorno da tigela de água dos cachorros, sempre molhado e coberto de verde.
Por cima de tudo, as pedras do cinema.
Logo depois de tudo montado, é importante já fazer a primeira rega, para eliminar possíveis bolhas de ar na terra, assentar todos os elementos no seu lugar e reidratar as plantas. Use sempre um borrifador, para controlar mais precisamente a quantidade de água e não correr o risco de tirar algo do lugar com o fluxo forte de um regador.
E aí está! Um mini ecossistema para enfeitar a mesa de trabalho.

Na hora de fazer o seu, improvise com o que já tem e use a criatividade. Recolha plantinhas do chão, matinhos de canteiros e rachaduras de muros.
Para enfeitar, pedras, pequenos galhos retorcidos, pedaçinhos de madeira, folhas secas...

O vidro pode ficar sempre aberto ou então fechado com tampa, o que conserva mais a umidade. Neste caso, pouquíssimas regas são necessárias, já que a água que evapora do solo e das folhas se condensa nas paredes do vidro e volta para a terra. É como um "mini mundo": evapora e chove, evapora e chove, evapora e chove...

Quanto à luminosidade, escolha um lugar que receba algumas horas de luz média todos os dias. Nem sol demais nem sombra escura.
Cuidado para não expor seu terrário ao sol forte, principalmente se ele estiver tampado. Lembre-se que o vidro fechado funciona como uma estufa, e suas plantas podem cozinhar se receberem luz intensa em excesso.

E aí, convencido da simplicidade da coisa? Então experimente fazer o seu! Você vai passar meia hora montando e muitas outras hipnotizado, olhando, olhando...

13 comentários:

  1. Oi Juliana, adorei seu post. Também passei uma boa parte da infância mexendo em um terrário que eu mesma fiz, depois de aprender em algum programa de TV (não me lembro qual). Vou procurar um vidro bem bonito e fazer outro. Beijo

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  2. Você me deu uma excelente idéia. Passo parte do mês no meu sítio e a outra parte em uma casinha em Belo Horizonte, onde não tenho jardim, já que não posso estar sempre presente para regar. Mas como gosto de comer ervas frescas, pensei em fazer terraria com manjericão, hortelã, sálvia, um para cada. E fazê-los fechados para que possam viver enquanto estou fora. Vou experimentar. Beijos, Angela
    http://noticiasdacozinha.blogspot.com

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  3. Oi querida! Fique apaixonada por este mini mundo! Que coisa mais encantadora, vou começar a procurar um vidro lindo assim pra fazer um para mim! Que gracinha!
    Beijinhos!!!

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  4. Ju!!! Que lindo que é seu blog!!!! Amei este post do terrarium, estava a fim de fazer e veio super a calhar! Quero te reencontrar e te apresentar a Ana, minha filhota. Muitos beijos, Sabrina

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  5. Você me deu a luz. Tenho vários vidros daqueles grandes transparentes que eu usava para mantimentos mas que com o tempo as tampas de plático se estragaram e eu fiquei com os vidros sem tampa. Nunca tive um terrário e acho que a hora é agora. Bjs
    Joana

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  6. Aháá!Cá estou :) Lindo, adorei a história de tua mamãe, fico imaginando o garrafão com um mundo dentro. Beijos!

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  7. QUE LINDO ACABEI DE FAZER O MEU FICOU UM ENCANTO BJO BJO!!!

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  8. Eu sempre quis um mini jardim assim!!! :)
    Estava lendo o seu post e vendo um garrafão de vidro bem largo que tenho em casa, de momento com flores secas.
    Voce me deu a ideia, agora é puxar pela minha imaginação. :)
    Muito obrigada!
    P.s. Em vez de trabalhar, estou há horas lendo o seu blog... fascinante, interessante e uma delícia de ler.
    Abraço

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  9. Adorei teu blog!
    Legal essa ideia de descobrir plantinhas! Poxa, eu já tentei fazer terrario duas vezes e as plantas sempre morrem... tipo apodrecem! Pq será? =(

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    1. Falcão Marrom, se apodrecem é porque tem água demais.
      Experimente molhar menos, ainda mais se o vidro for fechado ou aberto mas com boca pequena, porque nesses dois casos a água quase não vai embora.
      Boa sorte e obrigada pela visita,
      Juliana.

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  10. muito legal eu vou fazer um com garrafa pet para levar na escola estou fazendo um trabalho depois vou fazer outro e dar para minha sobrinha beijosss.

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    1. João Vitor, depois mande fotos dos seus terrários!
      Um beijo e obrigada pela visita,
      Juliana.

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