segunda-feira, 21 de maio de 2012
Bombeiros de Crocs
O telefone tocou na noite de sábado trazendo a notícia de que uma árvore do sítio (enorme, 40 anos de idade) estava pegando fogo. Foi o tempo de pegar alguns baldes e sair correndo, de Crocs e roupinha gostosa de ficar em casa, porque quando eu disse "vamos chamar os bombeiros", ouvi o que ainda não sabia: Holambra não tem corpo de bombeiros, então conta-se apenas com a própria torneira e a colaboração de quem estiver por perto e disposto a ajudar.
Trabalhamos por uma hora com pouca pressão na mangueira, enchendo baldes e arremessando água para o alto, e enquanto combatíamos o fogo ouvimos de alguns vizinhos pérolas do tipo "eu passei aqui e vi o fogo há meia hora atrás mas não tinha seu telefone para avisar".
Telefone para avisar??? Por que não buzinou no portão?
As muitas folhas secas do chão fizeram um fogaréu que queimou os primeiros metros da casca do tronco e alguns galhos mais baixos. Conseguimos apagar o grosso e os pequenos focos em pontas de galhos e forquilhas altas foram apagados pelo orvalho. Sorte.
E se você está se perguntando como o incêndio começou, eu conto: um funcionário piromaníaco recolheu folhas do chão, fez um montinho "isolado", colocou fogo, disse que esperou acabar de queimar e foi embora pra casa. Resultado:
Muita gente por aí tem mania de usar fogo para queimar lixo ou mesmo fazer "limpeza" em áreas tomadas por mato, por exemplo, mas está passando da hora de substituir essa cultura da queimada por atitudes mais sensatas. Em um mundo ideal, o material reciclável deve ir para a reciclagem, o orgânico para a compostagem e o que sobrar, para fornos de queima controlada, onde a fumaça que sai é filtrada para não poluir o ar e o calor é transformado em energia para abastecer lâmpadas, aquecedores e coisas do gênero.
Um ótimo exemplo de "quero ser assim quando eu crescer" é Boras, cidade na Suécia que joga fora apenas 1% do lixo que produz. Os resíduos gerados por seus 105.000 habitantes têm três destinos: 42% são incinerados e convertidos em energia elétrica, 30% são tratados biologicamente e transformados em combustível e 27% são levados para a reciclagem pela própria população, que se encarrega de separar e levar o material até os postos de coleta espalhados por toda a cidade. Apenas 1% do lixo que sobra é enterrado, porque o imposto para usar o aterro é muito alto.
Esse modelo de destinação do lixo foi iniciado em 1988 (pasme!), com 300 famílias, e é exportado pela universidade local, que presta assessoria de reaproveitamento de lixo para cidades no mundo inteiro, inclusive para as brasileiras Macaé, no Rio de Janeiro, e Sobral, no Ceará.
A experiência deu tão certo que atualmente o município importa detritos da Noruega para gerar mais energia limpa e no futuro tem planos de investir na eliminação total dos combustíveis fósseis (informações da Revista Veja - Especial Sustentabilidade, dez/2011).
Não é demais?
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Belos exemplos: o seu apagando o incêndio na árvore e o da Suécia.Oxalá frutifiquem.
ResponderExcluirGrande abraço!
Querida Juliana, primeiro adorei a foto dos crocs: amo! Segundo, fiquei muito triste com a queima da árvore, mas lembrei-me do filme Andando nas Nuvens: se ainda não viu veja, é lindo e alentador! E terceiro, pergunto: quando chegaremos a ser uma Suécia, a despeito de nossas dimensões continentais? Bem, esperança é a última que morre, diz o mote popular... Beijão, Angela
ResponderExcluirhttp://noticiasdacozinha.blogspot.com