quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caruru-do-reino, a maledeta comestível


A primeira planta que conheci na primeira vez que fui na casa da Neide foi a última que eu poderia imaginar que seria comestível. No dia anterior à minha ida lá tinha passado horas arrancando (e xingando) a maledetinha, que subia por grades e plantas em todos os lados, aqui no sítio. Ela não quer saber de educação nem de direitos iguais; vai se agarrando, subindo e embrulhando tudo o que vê pela frente, porque é exagerada e quer saber das alturas. E sobe, sobe sobe.

Caruru-do-reino (Anredera cordifolia) é o nome da desvairada. Eu não conhecia e até hoje só a vi aqui e na casa sede do Come-se, o bunker da Neide, mas ela me disse que o caruru reina por aí, nasce em jardins e terrenos abandonados, e que já o viu em mais lugares em São Paulo. A planta toda é comestível. As folhas são suculentas e nutritivas e podem ser preparadas inteiras ou cortadinhas como couve e depois refogadas. As batatinhas são parecidas com inhame: têm um pouco de baba, então podem ser cozidas em água com um pouco de limão ou vinagre, e depois refogadinhas. Ou não. Para saber todos os detalhes, características nutricionais, nomes populares ao redor do país e modos de propagação da planta, clique aqui e aqui e leia dois posts super completos.

O que fiz ao voltar para casa foi correr atrás de algum restinho do caruru-do-reino para me redimir da devastação e me desculpar fazendo dele uma bela refeição. Saí de cestinha por aí, a la Chapeuzinho, e colhi alguns ramos e batatinhas, mas só encontrei um restinho, muito menos do que joguei fora uns dias antes.

As folhas, cortei e refoguei como couve, e as batatinhas cozinhei em água sem limão nem vinagre, para conhecer o quanto de baba elas realmente têm. A conclusão foi de que fica entre o inhame e o quiabo.



Depois juntei tudo numa frigideira com um arroz integral que já estava na geladeira e mais uns enfeitinhos: tomate, cebola, salsa e cebolinha...


Rendeu um risotinho legal que comi sorrindo, surpresa, pensando na quantidade de comida boa que a gente joga fora sem saber, sem falar da que a gente já desperdiça sabendo. 'Brigada por mais essa, Neide.

7 comentários:

  1. ahahaha adorei o texto! Vou compartilhar. bjs Érima

    ResponderExcluir
  2. Que legal. Também não sabia nada sobre a danadinha. E olha que ela também está lá no meu sítio, igualmente invasora de espaços. Vou experimentar. Obrigada pela dica. Beijo, Angela
    http://noticiasdacozinha.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Como diz o Marcos, "terror do reino". Que bom que está aproveitando. Faça uma tortilla com elas no lugar das batatas. Afervente-as antes. Fica demais! bj, n

    ResponderExcluir
  4. Érima e Angela, experimentem, vocês vão gostar.

    Neide, obrigada pelas dicas todas, sempre. Vou experimentar a tortilla.

    António, muito obrigada pelos elogios. Seja sempre muito bem vindo. Vou visitar seu blog.

    Abraço a todos,
    Juliana.

    ResponderExcluir
  5. Carol, assisti um dos seu vídeos e adorei o vaso tipo moranga, ele é ideal para mim, porém não consigo encontrá-lo em lugar nenhum. Será que vc pode me ajudar me dando um endereço de site onde encontrar. Bjs. Sonia

    ResponderExcluir
  6. Sempre comi, desde criança!

    ResponderExcluir

Muito obrigada por comentar.
E se você não tem um blog nem um endereço no gmail, para enviar seu comentário basta clicar na opção "anônimo", logo abaixo da caixa de texto. Mas, por favor, assine seu nome.