A primeira planta que conheci na primeira vez que fui na casa da Neide foi a última que eu poderia imaginar que seria comestível. No dia anterior à minha ida lá tinha passado horas arrancando (e xingando) a maledetinha, que subia por grades e plantas em todos os lados, aqui no sítio. Ela não quer saber de educação nem de direitos iguais; vai se agarrando, subindo e embrulhando tudo o que vê pela frente, porque é exagerada e quer saber das alturas. E sobe, sobe sobe.
Caruru-do-reino (Anredera cordifolia) é o nome da desvairada. Eu não conhecia e até hoje só a vi aqui e na casa sede do Come-se, o bunker da Neide, mas ela me disse que o caruru reina por aí, nasce em jardins e terrenos abandonados, e que já o viu em mais lugares em São Paulo. A planta toda é comestível. As folhas são suculentas e nutritivas e podem ser preparadas inteiras ou cortadinhas como couve e depois refogadas. As batatinhas são parecidas com inhame: têm um pouco de baba, então podem ser cozidas em água com um pouco de limão ou vinagre, e depois refogadinhas. Ou não. Para saber todos os detalhes, características nutricionais, nomes populares ao redor do país e modos de propagação da planta, clique aqui e aqui e leia dois posts super completos.
O que fiz ao voltar para casa foi correr atrás de algum restinho do caruru-do-reino para me redimir da devastação e me desculpar fazendo dele uma bela refeição. Saí de cestinha por aí, a la Chapeuzinho, e colhi alguns ramos e batatinhas, mas só encontrei um restinho, muito menos do que joguei fora uns dias antes.
As folhas, cortei e refoguei como couve, e as batatinhas cozinhei em água sem limão nem vinagre, para conhecer o quanto de baba elas realmente têm. A conclusão foi de que fica entre o inhame e o quiabo.
Depois juntei tudo numa frigideira com um arroz integral que já estava na geladeira e mais uns enfeitinhos: tomate, cebola, salsa e cebolinha...
Rendeu um risotinho legal que comi sorrindo, surpresa, pensando na quantidade de comida boa que a gente joga fora sem saber, sem falar da que a gente já desperdiça sabendo. 'Brigada por mais essa, Neide.
ahahaha adorei o texto! Vou compartilhar. bjs Érima
ResponderExcluirQue legal. Também não sabia nada sobre a danadinha. E olha que ela também está lá no meu sítio, igualmente invasora de espaços. Vou experimentar. Obrigada pela dica. Beijo, Angela
ResponderExcluirhttp://noticiasdacozinha.blogspot.com
Como diz o Marcos, "terror do reino". Que bom que está aproveitando. Faça uma tortilla com elas no lugar das batatas. Afervente-as antes. Fica demais! bj, n
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉrima e Angela, experimentem, vocês vão gostar.
ResponderExcluirNeide, obrigada pelas dicas todas, sempre. Vou experimentar a tortilla.
António, muito obrigada pelos elogios. Seja sempre muito bem vindo. Vou visitar seu blog.
Abraço a todos,
Juliana.
Carol, assisti um dos seu vídeos e adorei o vaso tipo moranga, ele é ideal para mim, porém não consigo encontrá-lo em lugar nenhum. Será que vc pode me ajudar me dando um endereço de site onde encontrar. Bjs. Sonia
ResponderExcluirSempre comi, desde criança!
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