quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A técnica dos 20 minutos



As festas de fim de ano e as arrumações de ano novo me fizeram deixar um pouco (muito) de lado a manutenção da horta, daí... A chuvarada acordou o imenso banco de sementes de mato adormecidas na terra e tudo cresceu num ritmo insano, muito mais rápido do que tudo que eu tinha plantado. Depois de quase um mês sem frequentar meus canteiros, o mato chegou a ficar mais alto do que eu.

Nos primeiros dias fiquei triste, triste. Tanto tempo e trabalho empenhados, a horta estava ficando linda, mas foi só dar uma viajadinha pra perder praticamente tudo no meio do matagal.
Depois passei por uma fase de me convencer de que não dou conta de tudo e de que seria melhor dar um tempo da horta. Estou numa época de muito trabalho, de encerramento de assuntos pendentes há anos, encarando novos projetos e desafios, e não dá pra querer abraçar o mundo. Repeti diversas vezes para mim mesma que tem horas que a gente precisa se despir da roupa de mulher maravilha porque ninguém aguenta fazer milagre o tempo todo, então o melhor a fazer seria mesmo dar um tempo da horta.

E dei. Três dias.
No quarto dia não aguentei olhar todo aquele mato crescendo em terra boa, úmida, cheia de minhocas, prontinha pra produzir. Tratei de vestir outra vez meu corpete vermelho e dourado, o short azul com estrelinhas e defini como seria realizada a missão: arrancar mato todos os dias durante 20 minutos, marcados no alarme do celular. E comecei.

Estava inventada a melhor técnica do mundo para lidar com desafios impossíveis. Porque quando se olha tudo aquilo por fazer e mais o monte de coisas a resolver todos os dias, parece uma viagem non stop de bicicleta daqui ao outro lado do mundo, mas quando você se promete pedalar com empenho e também fazer paradinhas pra descansar e admirar a paisagem, daí, quem sabe?

Tenho trabalhado como quem medita. Nessa hora o mundo pára e não importa quanto eu já fiz nem quanto ainda há por fazer. São vinte minutos inteiros de foco e concentração. Nessa toada já limpei mais da metade dos canteiros em dez dias. A foto do início do post mostra em que ponto estou. E no meio do "desmatamento" às vezes aparecem surpresas:

Os tagetes sobreviveram e floresceram

Os sapos aproveitaram minhas férias para por ovos

O gervão está enorme e mais bonito do que nunca

A pimenta biquinho caregou

E o quiabo floresceu e está produzindo!


Não adianta, eu não aguento ficar sem horta. Nos meus sonhos ela é linda, organizada, limpinha e produz a pleno vapor, mas na minha vida real ela é como tem dado pra ser. Tem horas em que está mais bonita, em outras parece meio abandonada, mas vai indo conforme eu consigo cuidar. Paciência. O mais importante é que, além de produzir refeições, tenho realizado belos exercícios de disciplina. E assim vamos indo.

7 comentários:

  1. Vou adotar essa técnica para algumas coisas que tenho que fazer e está faltando coragem. Bjs

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  2. Adorei a técnica dos 20 minutos! vou adotá-la para outros fins, inclusive.
    Abraço!
    Sonia

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  3. Minha horta jardim virou um matagal....vou usar essa técnica!

    Obrigada pela dica.

    Neusa

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  4. Joana, Sonia e Neusa, um pouco de disciplina só faz bem, e quando a gente se organiza acaba dando pra fazer muito mais coisa do que quando a gente se desespera, fica perdida e nem sabe por onde começar.
    Minha horta agora funciona na base dos 20 minutos e vamos indo bem. Ás vezes falha, mas prometi pra mim mesma que quando isso acontecer, no dia seguinte compenso fazendo 40 minutos.
    Um beijo,
    Juliana.

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  5. Ahhh Juliana, só agora vi o espação que você tem prá horta... que delicia!!!
    E sim... dá muito trabalho, né?
    Mas de 20 em 20 você chega lá...
    E se me permite um pedido... vamos adorar ver mais fotos da horta!
    beijinhos e bom final de semana!
    Ro

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  6. Penso que todos vivem esse dilema. Mas a solução adotada por você foi muito inteligente. Também vou empregá-la.

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  7. Boa tarde. Achei essa postagem no Google. Tive o mesmo problema na minha horta. A técnica dos 20 min por dia deu certo?

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