O ano começou faz tempo, já são seis de fevereiro, mas até hoje quase tudo que fiz foi limpeza e arrumação. Janeiro inteiro foi de revisão geral das coisas de casa: desmontei armários, gavetas, caixas, abri pastas e olhei coisa por coisa. Escolhi o que fica e o que vai embora, limpei quase tudo. Ainda restam dois ou três lugares por terminar, mas já tenho a maior parte em ordem. Delícia. Não tem coisa mais gostosa do que abrir a despensa e encontrar as embalagens todas arrumadinhas, cada coisa no seu lugar. Um, dois, três tipos de arroz juntos, macarrão com macarrão, lata com lata, todas as farinhas organizadas, os vidros com etiquetas, nenhum caruncho comendo a minha comida e nada de pó. Tudo muito bem limpinho.
No armario de roupa da casa, cheirinho de limpeza e as pilhas todas retinhas, tudo dobrado para o mesmo lado. Adoro. Dá orgulho cada vez que eu olho, e uma reconfortante sensação de vida sob controle toma conta da alma.
Esse é o verdadeiro clima de ano novo, vida nova. Principalmente para quem, como eu, se mudou de casa e, pode-se dizer, de mundo. Já há mais de um ano troquei a cidade pelo campo, mas hoje vejo que passei todo o 2012 me estabelecendo. Todas as minhas coisas moram aqui comigo desde o primeiro dia, mas tudo ainda estava encontrando seu lugar. Eu inclusive.
Percebi que a gente precisa de um tempo para entender a casa nova, aprender de que direção o vento sopra na maior parte dos dias, onde bate a luz mais bonita de manhã cedinho, em que árvore os passarinhos acordam cantando, qual a melhor paisagem de janela para emoldurar a tela do computador. E depois de tudo isso percebido e absorvido, aí sim, você instala o sino de vento onde ele toca as melodias mais bonitas, vira a cama para o desenho da luz amarela da manhã na parede, pendura o alimentador de pássaros onde eles gostam mais e trabalha assitindo os beija-flores visitando o jardim durante todo o dia.
Cada lugar tem sua dinâmica e só você é capaz de dizer onde melhor se instala, como melhor se adapta. Não adianta querer fazer tudo rápido nem chamar um decorador para resolver. Só você sabe que sons te agradam e te irritam, que brisa te dá frio ou alivia o calor, que luz te irrita os olhos ou ilumina seu astral. Só você sabe fazer sua casa ficar com a sua cara, sem modas nem manias, sem aquela decoração pasteurizada de stand-apartamento decorado de empreendimento imobiliário.
Aqui, depois de muita arrumação, o ano começa hoje, e eu escrevo ouvindo os primeiros pingos de uma chuva que vem forte. Lá fora o céu vai cobrindo o sítio com uma capa cinza escuro, os trovões fazem tremer os vidros e aqui dentro velinhas acesas perfumam a casa de alecrim. É o clima ideal para dar os últimos arremates no que falta da operação casa nova. Hora de desconectar a internet.
Seja bem vindo ao De Verde Casa 2013.
Ano novo, casa nova, tudo nos devidos lugares, isso é tudo de bom!
ResponderExcluirTenha um feliz 2013!
Grande abraço!
Sonia
Renovar é sempre ótimo! Seja bem vinda de volta ao mundo virtual. Já estávamos batendo às portas da sua Verde casa com saudades! Um beijo, Angela
ResponderExcluirFiquei contente em ler o seu post. Vc resumiu muito do que eu estou sentindo nos últimos meses, mas nunca tinha parado para escrever.
ResponderExcluir"Só você sabe que sons te agradam e te irritam, que brisa te dá frio ou alivia o calor, que luz te irrita os olhos ou ilumina seu astral."
É, é assim mesmo, ainda estou me encontrando na casa nova, que ainda não completamos 6 meses aqui. È uma sensação que durou mais de 3 anos na casa antiga, sensação de não-pertencimento. E aqui, a sensação é outra, mais confortável, amigável e feliz!
Um lindo ano novo prá vc tb!
Isso é muito verdade. Essas são as casas mais agradáveis, aquelas que você entra e não tem pressa nenhuma de ir embora.
ResponderExcluiramei a imagem da chuva chegando e a casa toda arrumadinha com velas de alecrim acesas.
bjs!
Joana
Sonia e Angela, muito obrigada! Um ótimo ano para vocês também.
ResponderExcluirGabi, feliz ano novo e que você logo imprima sua cara na casa nova! Um beijo!
Joana, é bonito ver personalidade nas casas, não é? Fico feliz que tenha gostado do post. Um beijo e seja sempre muito bem vinda.
Juliana.